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GASTRONOMIA E TURISMO NA BAHIA: UMA EXPERIÊNCIA CULTURAL INESQUECÍVEL

A Bahia é um destino turístico amplamente reconhecido por sua rica herança cultural e vibrante cena gastronômica. A combinação desses elementos faz com que a experiência turística na Bahia seja verdadeiramente única e enriquecedora.

A gastronomia baiana é um dos maiores atrativos para os visitantes. A culinária local é uma fusão de influências africanas, indígenas e portuguesas, refletindo a diversidade cultural do estado. Pratos como a moqueca, bobó de camarão, acarajé, vatapá e o caruru, são verdadeiros ícones da culinária baiana. A moqueca tradicional, por exemplo, é um ensopado de peixe ou camarão cozido com dendê, leite de coco, cebola, pimentão e tomate, servido com arroz e farofa. Cada ingrediente é escolhido com cuidado e a combinação de sabores é uma verdadeira celebração da riqueza da cozinha local.

Já o bobó de camarão é uma combinação perfeita entre a cremosidade do purê de mandioca e a suculência dos camarões, temperada com um toque especial de ervas e especiarias. Feito com ingredientes facilmente encontrados, como camarões frescos, mandioca, leite de coco, azeite de dendê, entre outros temperos, o bobó de camarão é um prato que conquista pelo seu sabor marcante e ao mesmo tempo afetuoso.

O acarajé, outra iguaria emblemática, é um bolinho de feijão-fradinho frito em óleo de dendê, recheado com vatapá, caruru, camarão seco e pimenta. Servido nos tabuleiros das baianas, nas ruas de Salvador, o acarajé é muito mais do que uma refeição; é um símbolo da cultura afrobrasileira e uma experiência culinária única. O caruru, feito com quiabo, camarão seco e temperos diversos, e o vatapá, um prato cremoso à base de pão, camarão, amendoim e dendê, completam o cardápio tradicional baiano, oferecendo uma explosão de sabores e texturas que encantam até os paladares mais exigentes.

Além da rica culinária, a Bahia se destaca por suas festividades e eventos culturais que atraem turistas de todo o mundo.

Salvador, a capital do estado, é um ponto focal para o turismo baiano. A cidade
é conhecida pelo seu centro histórico, o Pelourinho, que é Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, a capital é também reconhecida como Cidade da Música, pelo mesmo órgão. Suas ruas de paralelepípedos, edifícios coloniais e igrejas barrocas são testemunhas da rica história e da influência cultural da Bahia. Além disso, Salvador oferece uma vibrante cena musical, com influências que vão do samba ao axé, refletindo a diversidade cultural da cidade.

O Carnaval de Salvador é um dos maiores e mais famosos do Brasil, conhecido por suas apresentações de música, dança e animação durante vários dias, quando as ruas da cidade se transformam em um enorme palco de alegria, onde blocos de rua e trios elétricos desfilam para milhares de foliões.

Complementando o entorno da capital Baiana está a nossa magnífica Baía de Todos os Santos, maior baía navegável do mundo, com suas águas quentes, ventos constantes e belas ilhas, ideal para praticar, além do turismo náutico, turismo de observação subaquático e diversos esportes como pesca, vela, remo e natação. Outro aspecto importante do turismo na Bahia é o ecoturismo. O estado possui uma variedade de paisagens naturais, desde praias paradisíacas até áreas de mata atlântica e reservas ambientais. A Chapada Diamantina, por exemplo, é um destino popular para os amantes da natureza, oferecendo trilhas, cachoeiras e grutas em um cenário deslumbrante. Já a costa baiana é famosa por suas praias de águas cristalinas e areias brancas, como Porto Seguro, Trancoso, Caraíva, Itacaré, Morro de São Paulo e Praia do Forte que são perfeitas para relaxar, praticar esportes e desfrutar do sol.

Em resumo, a Bahia oferece uma combinação irresistível de gastronomia e turismo que cria uma experiência cultural memorável. A rica culinária, as festividades vibrantes e as belezas naturais do estado atraem turistas em busca de imersão cultural e prazer sensorial. Ao visitar a Bahia, os viajantes têm a oportunidade de explorar não apenas um destino turístico, mas um verdadeiro caldeirão de tradições, sabores e experiências inesquecíveis.

Na Bahia, o tempo não “passa”, apenas “passeia”. Vale a pena conferir. Basta consultar o seu Agente de Viagens.

Roberto Duran Presidente do Conselho Baiano de Turismo Diretor do Grupo GT5 Brasil

USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO: BENEFÍCIOS E DESAFIOS

A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando diversos setores e a educação não é exceção. A IA pode, por exemplo, auxiliar estudantes em pesquisas e educadores na gestão administrativa.

Ela também pode identificar padrões de comportamento e desempenho, permitindo intervenções mais eficazes e oportunas por parte das equipes pedagógicas.

A integração da IA no ensino representa, por exemplo, uma oportunidade para os professores se concentrarem em aspectos mais complexos da educação. Com a IA automatizando tarefas rotineiras, como o gerenciamento de dados, os professores podem dedicar mais tempo a atividades que exigem interferência humana e criatividade, como o desenvolvimento de projetos interdisciplinares e o apoio individualizado aos alunos.

No entanto, o uso da IA na educação também apresenta desafios significativos. Um dos principais deles é a verificação da precisão e confiabilidade das respostas fornecidas por essa ferramenta. Embora ela possa fornecer informações rápidas, nem sempre é infalível e os alunos precisam ser incentivados a validar as informações obtidas por meio de fontes adicionais.

Além disso, há o risco de dependência excessiva da IA para tarefas de pesquisa, o que pode diminuir a capacidade dos alunos de desenvolverem habilidades críticas de pesquisa e análise. Professores desempenham um papel vital em orientarem os estudantes a usarem essas ferramentas de maneira ética e responsável, garantindo que eles também desenvolvam habilidades de pensamento crítico e avaliação de informações.

Outro desafio é o risco de plágio e a disseminação de informações falsas. Com o fácil acesso a ferramentas de IA que podem gerar textos e respostas automáticas, os educadores precisam ser mais vigilantes na detecção de trabalhos não originais e na verificação da veracidade das informações apresentadas pelos alunos.

Na Inspira Rede de Educadores, estamos comprometidos com a criação de um ambiente educacional seguro e inclusivo, onde todos os estudantes possam se desenvolver plenamente. Nas unidades da Inspira, na Bahia, que incluem o Colégio Anchieta, Anchietinhas, Colégio São Paulo e Colégio Portinari, localizados em Salvador, por exemplo, temos reforçado os investimentos em inovação pedagógica para garantir que nossos alunos recebam sempre uma educação de qualidade.

Entendemos que a IA oferece novas oportunidades para a educação, mas seu uso deve ser cuidadosamente gerido para maximizar os benefícios e minimizar os riscos. Por isso, em todas as nossas unidades escolares, estamos comprometidos em equilibrar a inovação com a responsabilidade. Vale frisar que essa facilidade não substitui o papel crucial do professor. Pelo contrário, a presença e orientação dos docentes se tornam ainda mais importantes.

Orientar os alunos a utilizarem a inteligência artificial de maneira eficaz também os prepara para o mercado de trabalho do futuro, onde essas habilidades serão cada vez mais demandadas. Alunos que aprendem a interagir com a IA e a utilizá-la como uma ferramenta de apoio estarão mais bem preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mundo moderno.

Entretanto, a IA não consegue substituir a interação humana e o suporte emocional que os professores proporcionam. Afinal, educação é mais do que apenas transmitir conhecimento; envolve motivar, inspirar e apoiar os alunos. Nesse processo, os educadores desempenham um papel essencial no desenvolvimento socioemocional dos estudantes, ajudandoos a construir habilidades de comunicação, empatia e colaboração.

Com a orientação adequada, os alunos podem utilizar essas ferramentas para complementar seu aprendizado, mas a interação social continuará sendo parte fundamental do processo educacional. A aprendizagem colaborativa e as discussões em grupo seguem sendo formas eficazes de promover a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Ferramentas de IA devem seguir sendo apenas auxiliares.

Fabrício Alves Diretor Regional da Inspira Rede de Educadores

EXPANSÃO NA BAHIA COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO

Os números animadores do Nordeste colocaram a Bahia no foco das estratégias de investimento do Atacadão. A região é destaque no País no crescimento orgânico do segmento de atacarejos, ocupando mais de 60% da participação no setor, segundo os dados da Associação Brasileira dos Atacarejos (ABAAS).

Em 2023, por exemplo, a média da quantidade de itens adquiridos do atacarejo cresceu cerca de 69%, segundo pesquisa da Horus Inteligência de Mercado. Além disso, no mesmo ano, o modelo respondeu por 47,3% da receita total do setor supermercadista, ainda de acordo com a ABAAS.

A Bahia é uma grande aposta do Atacadão. Das 15 unidades que inauguramos em 2023, seis estão localizadas no estado. Se considerarmos os anos de 2022 e 2023, nossa rede abriu 11 novas lojas por aqui. Somente em 2024, já foram mais quatro unidades inauguradas na Bahia.

Essa acessibilidade é permitida pela posição geográfica do estado e pelo acesso a importantes rodovias, que deixam o transporte de mercadorias mais barato e otimizam os sistemas de distribuição. Aliado a isso, contamos com a riqueza dos parceiros regionais, o que nos oportuniza comprar cerca de 20% dos produtos oriundos de empreendedores locais de diversos municípios do estado, como Camaçari, Lauro de Freitas, Alagoinhas e Feira de Santana.

Aspectos estratégicos – Para a opção de investir no estado, levamos em consideração aspectos estratégicos, como a densidade populacional e o crescimento econômico regional. Mas o principal atrativo está na localização privilegiada, que torna a Bahia uma ponte entre o Norte e o Nordeste do Brasil, e porque não dizer, da região Centro-Oeste também.

Expansão – O Atacadão chegou à Bahia em 2002, e hoje, 22 anos depois, já são 35 unidades no Estado, além de três atacados de entrega e centros de distribuição. Isso significa a geração de mais de dez mil empregos no período em que estamos presentes no estado. E apesar do número grandioso, nossa intenção é seguir em expansão por aqui, abrindo novas lojas e mais postos de trabalho para a população baiana.

Com as quatro novas lojas que chegaram à Bahia em 2024, nossa rede soma agora mais de 370 lojas espalhadas por todo o Brasil, sendo 14 em Salvador. O cuidado da rede com a experiência do cliente está não apenas no atendimento em si, mas também no amplo portfólio de produtos oferecidos e nas confortáveis instalações das unidades.

O sucesso de uma rede de atacarejo está na reunião desses fatores, e o Atacadão faz isso muito bem. São produtos de marcas líderes de mercado, alimentos frescos e selecionados de hortifrúti, serviços de padaria, açougue, frios e caixas de autoatendimento para facilitar a vida dos clientes.

Sobre o Atacadão – O Atacadão é uma empresa do Grupo Carrefour Brasil, com mais de 370 unidades de autosserviço e 36 atacados de entrega e centros de distribuição, que garantem o abastecimento de comerciantes, transformadores e consumidores finais, e está em contínua expansão.

Com base nos pilares estratégicos de combate à fome e às desigualdades, diversidade e inclusão e proteção ao planeta & biodiversidade, o Atacadão tem o compromisso de oferecer produtos de qualidade a preços justos aos seus clientes.

Com 62 anos de história, mais de 73 mil colaboradores e presença em mais de 220 municípios, também atua no e-commerce com o seu próprio canal de vendas online. O Atacadão está entre as 50 marcas mais valiosas do Brasil, de acordo com ranking divulgado pela Kantar, e entre as 25 Marcas Brasileiras Mais Valiosas de 2023 e 2024, segundo a consultoria global de marcas Interbrand. Em 2023, a rede conquistou importantes prêmios para o setor, como o 1º lugar na categoria atacadista no Top of Mind, da Folha de São Paulo, o primeiro lugar no ranking de varejo, supermercados e e-commerce do Prêmio BandNews e a 10ª colocação do ranking geral das 1000 Maiores Empresas do País, do Valor Econômico. O Atacadão também lidera o Ranking ABAAS (Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço) e da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados).

Marco Oliveira
CEO do Atacadão

AUMENTOS NAS MENSALIDADES DOS PLANOS DE SAÚDE: COMO COMBATER OS ABUSOS?

Os aumentos abusivos nas mensalidades dos planos de saúde têm se tornado uma das maiores preocupações para os consumidores brasileiros.

Esses reajustes, muitas vezes, são justificados pelas operadoras como necessidade de reequilíbrio econômico, mas na prática, acabam se configurando como abusivos e fora dos padrões estabelecidos.
De acordo com dados recentes, 9 em cada 10 usuários de planos de saúde enfrentam reajustes que ultrapassam os índices permitidos, gerando insatisfação e, em muitos casos, dificuldades financeiras graves.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu um reajuste máximo de 6,91% para este ano. No entanto, muitos beneficiários têm observado aumentos muito superiores a esse percentual, que podem chegar a até 50%, o que fere diretamente os seus direitos como consumidores.

Para quem sofreu reajustes superiores ao estabelecido pela ANS, a justiça tem se mostrado um caminho viável para reverter a situação. A revisão judicial das mensalidades de planos de saúde é uma ação legal que visa a readequação dos valores cobrados, garantindo que o consumidor pague apenas o que é justo, possibilitando ainda devolver o que foi pago à mais nos últimos 03 (três) anos.

O tempo médio para a resolução dessas ações varia entre 12 a 18 meses na justiça baiana. Durante esse período, é possível conseguir liminares que suspendam os aumentos abusivos até a decisão final, aliviando o orçamento familiar de forma imediata.

Um ponto relevante em muitas ações judiciais é o chamado “falso coletivo empresarial”.

Este ocorre quando o plano de saúde é contratado como coletivo por uma pessoa jurídica, mas serve exclusivamente para membros de uma mesma família, sem caracterizar, de fato, um coletivo empresarial.

Segundo o entendimento do Tribunal de Justiça da Bahia, nesses casos, os planos devem ser tratados como individuais, o que impede as operadoras de aplicarem os mesmos índices de reajuste permitidos para os coletivos empresariais.

Entrar na justiça é uma decisão que deve ser tomada com base em evidências claras de abusividade. Se você notou que os reajustes anuais de seu plano superam o índice aprovado pela ANS, você deve procurar um advogado especialista em ações contra plano de saúde para entender suas chances de obter sucesso em uma ação judicial.

Enfrentar um plano de saúde na justiça pode parecer intimidador, mas os direitos dos consumidores estão bem protegidos pela legislação e pelos tribunais. Com uma orientação jurídica adequada, é possível reverter aumentos abusivos e garantir a continuidade de um serviço essencial sem comprometer a saúde financeira da sua família. Se você está pagando mais do que deveria, considere buscar seus direitos e aliviar o peso desses reajustes em sua vida.

Lembre-se, é essencial procurar um advogado especializado para analisar o seu caso específico e orientá lo no caminho mais seguro e eficaz para resolver essa questão.

A ADVOCACIA SUSTENTÁVEL NA ERA DIGITAL. QUE MUDANÇAS ISSO PODE GERAR?

Por Baltazar Miranda Saraiva
Desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), presidente da Comissão permanente de Segurança do TJBA, Gestor da Unidade de Inteligência do TJBA, Membro Suplente do Conselho da Magistratura do TJBA (área criminal), Ouvidor Judicial Substituto do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Membro da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), além de vice-presidente Região Nordeste II da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES)

As transformações sociais decorrentes do desenvolvimento da tecnologia exigem que os profissionais do direito aprendam a usá-las no campo da advocacia, pois a ciência de dados está se tornando uma ferramenta imprescindível para os advogados, notadamente na área privada, exigindo do profissional um maior conhecimento sobre tecnologia para poderem continuar exercendo sua profissão e atendendo às necessidades do mundo virtual.

Muitos se recordam das dificuldades do trabalho em uma época anterior à digitalização, quando toda a gestão de documentos e informações era manual. Com o avanço da tecnologia, as transformações foram radicais, exigindo novas ferramentas para as atividades jurídicas. Mesmo se sabendo que ainda existe a pouca utilização das técnicas pela maioria dos escritórios, a tendência é a sua adoção como diferencial competitivo.

Em outras palavras, os escritórios de advocacia que desejarem sobreviver terão que fazer uma parceria com entidades como a lawtech estabelecendo uma relação em que o escritório oferece serviços jurídicos e a lawtech se torna fornecedora de ferramentas digitais. Essa será a nova modalidade de o escritório se adaptar às mudanças para atender as demandas dos clientes. Certa empresa de Lawtechs e Legaltechs chamou a atenção para o fato da necessidade de uma mudança de mentalidade dos profissionais do Direito para se adequarem ao ritmo atual das transformações tecnológicas. Considerando o conservadorismo existente no campo da advocacia, principalmente no Brasil, nossos causídicos tendem a ser mais conservadores para evitar riscos, o que acaba afetando sua capacidade de reagir às novas tecnologias e serviços.

A modernidade exige o conhecimento de informática, matemática, lógica de programação e outras, além de envolver um conjunto de inovações capaz de proporcionar ao escritório de advocacia moderno uma eficiente utilização para sua especialização no campo que desejar atuar. Já se fala numa especialização em Direito Digital para estudar a relação do direito com a tecnologia. Se isso for adiante – como se espera-, os profissionais do direito com formação nesse campo serão chamados de Advogados Digitais, atuando no campo da tecnicidade, própria da ciência da computação e em constante desenvolvimento, acompanhando, diuturnamente, as evoluções tecnológicas que serão regradas pelo ordenamento.

A tecnologia é tão fundamental para a advocacia que a MacKinsey Global Institute avalia que conseguiu automatizar 23% da carga de trabalho dos escritórios que tende a se tornar ainda mais eficiente com a adoção das tecnologias de Inteligência Artificial (IA), considerada disruptiva e que já está impactando todos os setores, inclusive o legal.

Nos Estados Unidos já está estabelecido em 39 estados que os advogados têm o dever de competência tecnológica em seu regramento de conduta profissional, obrigando o profissional a deter o conhecimento de tecnologia jurídica para não responder por imperícia ou negligência no exercício da profissão.

Autores afirmam que a tecnologia também trouxe para dentro dos escritórios equipes multidisciplinares (TI, marketing, engenheiros etc.) e mudanças operacionais, envolvendo mais a tecnologia com o fazer jurídico e criando modelos inteligentes de automação em diferentes setores para permitir uma experiência advocatícia mais centrada nos interesses dos clientes, gerando mais confiança e melhores avaliações.

Segundo a Forbes, em um mercado jurídico global da ordem de US$1 trilhão, as tecnologias de IA estão dentro do conceito da Advocacia 5.0, na qual a tecnologia e a inovação são aplicadas dentro da esfera social, focando-se no atendimento jurídico humanizado para a geração de valor, com foco no indivíduo e em novas formas de trabalhar.

Diante disso, o que se observa é que as tendências consolidadas pelas Advocacia 4.0 e 5.0 vão se impondo gradativamente no mercado jurídico, ao ponto de ser praticamente impossível aos escritórios atuarem sem acessar o mundo tecnológico. Os próprios tribunais estão utilizando as tecnologias de IA e Big Data para fazer suas análises jurimétricas e ampliar o acesso à Justiça.

Diante desse cenário tecnológico, torna-se imprescindível que as universidades desmudem seu campo de atuação da ciência jurídica para poderem formar futuros operadores do Direito capazes de atenderem às demandas sociais e negociais com maior produtividade e eficiência. Sem dúvida que o desenvolvimento tecnológico, em especial o desenvolvimento de soluções tecnológicas no âmbito jurídico, exigirá mudanças no perfil das organizações jurídicas e dos profissionais que a integram. Promover mudanças para implementar novas maneiras de entregar seus produtos através de novos processos tecnológicos como os visuais (visual law), farão os advogados implementares técnicas mais eficientes na entrega de seus serviços profissionais. Por fim, a era digital deve ser encarada como mais um fenômeno de transformação social, com efeitos no mundo jurídico e desafiando o Direito a alinhar-se à evolução tecnológica para se adaptar à nova realidade do mundo virtual. Aos operadores do Direito é lançado esse desafio de buscar os instrumentos jurídicos adequados às novas necessidades de uma sociedade em constante transformação.

O CONCEITO ESG NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE

Por Dr. Raymundo Paraná
Professor Titular da Faculdade de Medicina da UFBA; Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia e Ex-Presidente da Associação Latino-Americana para Estudo do Fígado; Diretor do Hospital Aliança Rede D’Or-BA.

Na história da humanidade acumulam-se maus exemplos de danos ambientais e males sociais causados por empresas e/ou empreendimento nocivos. A revolução industrial foi palco de grandes absurdos e de atentados à dignidade humana em nome dos lucros.

A partir de então, consolidou-se o conceito de que uma empresa saudável e sustentável é aquela que alinha boas práticas administrativas com as suas responsabilidades sociais, ambientais, além de modelo de governança inclusivo e transparente.O lucro justificando tudo nunca teve percepção sadia na sociedade, mas só nas últimas décadas se tornou intolerável, na medida em que ocorreram maior transparência e velocidade nas informações.

Em 1968, no pós-Guerra, quando abusos também se acumularam sob justificativa do esforço de guerra, em Roma, surgiram os primeiros rabiscos do que seria o ESG (Environmental/Social/Governance).

O objetivo é trazer os negócios para o mundo da ética e do bem-estar social, tornando-o, não só lucrativo, mas sustentável, multiplicador e transformador.

Neste século, houve consolidação do conceito ESG, que se estruturou progressivamente, definindo como abjetas as práticas predatórias e dissociadas de responsabilidade individual e coletiva do empreendedor.

A prática ESG agrega investimento, fideliza colaboradores e gera respeito da sociedade. No segmento da saúde, a situação é ainda mais delicada, pois o cliente/paciente é o consumidor e o colaborador é agente direto do consumo.

Em adição ao tratamento dos seus agravos à saúde, ele precisa ser protegido de males futuros. Assim sendo, o conceito da assistência à saúde ampliou-se para um conceito amplo de promoção à saúde no âmbito da educação aos clientes e familiares, oferta de serviços fluidos, acessíveis e seguros, sob a ótica do atendimento humanizado.

Em ambiente de potencial insalubridade, colaboradores e consumidores precisam ser cuidados e orientados à exaustão. Este grande desafio agrega ao cliente/paciente (consumidor) e ao colaborador (profissional de saúde) segurança e respeitabilidade, baseados na percepção do cuidado que a instituição proporciona. O ambiente da saúde também é potencialmente estressante. Cuidar da saúde mental dos colaboradores é uma necessidade permanente e premente. Um ambiente onde muitas alegrias ocorrem em paralelo com grandes sofrimentos não poupa oportunidades de desgastes e não minimiza arranhaduras emocionais.

Estes desgastes precisam ser trabalhados no dia a dia da operação, para que a autodefesa ao sofrimento não se transforme em robotização e para que a fenestração ao sofrimento não se transforme em doença mental. Neste contexto, os colaboradores e os clientes se confundem num único universo de responsabilidades da governança. Em paralelo, o culto ao sigilo e ao humanismo são focos do dia a dia, enquanto o combate a qualquer tipo de discriminação é obrigação perene, justamente porque discriminação a um ser humano por qualquer motivo fere de morte os cultuados preceitos humanísticos.

No meio ambiente, tornam-se óbvias as responsabilidades das empresas de saúde. O compromisso com as boas práticas e o cumprimento das recomendações técnicas das nossas Agências vão muito além das obrigações legais. Estão em jogo o manejo de dejetos contaminados, o descarte de medicamentos não utilizados ou vencidos, a responsabilidade com os objetos perfurocortantes e o empoderamento das comissões de infecção hospitalar para dirigir as políticas institucionais de prevenção e terapêutica em doenças infecciosas.

A recente pandemia da COVID-19 descortinou as instituições de saúde brasileiras que atuam nas linhas ESG, conferindo a alguma delas a percepção de robusta ação social, suporte ao Sistema Único de Saúde, cuidado com o colaborador e geração com democratização do conhecimento científico para a sociedade. O conceito ESG em Instituições de Saúde é absolutamente indissociável da sua missão de cuidado ao ser humano no âmbito individual e coletivo.

IMPACTOS DO ESG NO SEGMENTO INDUSTRIAL

Por Carlos Henrique Passos
Presidente em exercício da FIEB

O setor industrial da Bahia ocupa a sétima posição na indústria de transformação do Brasil e a maior da Região Nordeste. Tem valor da Transformação Industrial (VTI) superior a R$ 52,6 bilhões e representa quase 40% de todo o Nordeste, além de ter uma matriz diversificada e complexa, com processamento de produtos de alta tecnologia, tendo como destaque o Polo Industrial de Camaçari, e, mais recentemente, a atração de parques industriais de energias renováveis.

A indústria baiana é responsável por mais da metade da arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e, emprega diretamente 437 mil trabalhadores com carteira assinada, gerando uma massa salarial anual superior a R$ 10 bilhões. A indústria contribui de forma relevante para melhoria da qualidade de vida dos baianos, gerando emprego e renda.

Temos, no entanto, alguns desafios, a começar pela necessidade de um processo de neoindustrialização, para retomada de crescimento econômico resiliente e de baixo carbono. Amplificar a consciência global sobre o impacto das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade sobre as populações e territórios, bem como, sobre a oferta de matérias-primas e insumos são aspectos que vêm ganhando relevância na agenda industrial. É neste contexto que o ESG – Environmental, Social, Governance – surge como instrumento norteador de práticas de gestão e tecnologias sustentáveis, em consonância com políticas governamentais e de regulação globais.

Para atender aos requisitos, a indústria necessita cada vez mais adotar relatórios de desempenho alicerçados nos critérios de ESG, evitando a prática do greenwashing, ou divulgações falsas de sustentabilidade. Para isso, é necessário atribuir responsabilidades às empresas, viabilizando investimentos sustentáveis, como títulos verdes, acesso a créditos diferenciados e menor custo do capital.Em 2020, o volume global de investimentos sustentáveis alcançou USD 35,3 trilhões. De acordo com a Bloomberg Intelligence, os ativos globais ligados à agenda ESG provavelmente irão ultrapassar US$ 53 trilhões até 2025. São sinais positivos.

Empresas que adotam ESG se beneficiam com a diversidade nos seus ambientes de trabalho, com a redução dos passivos trabalhistas, dos custos e o uso consciente dos recursos naturais. Os ganhos incluem ainda o uso de fontes de energia renovável e materiais mais duráveis, mais segurança na proteção de dados, maior transparência nos processos e decisões, além de incentivos fiscais. Adotar boas práticas impacta ainda na valorização da imagem perante consumidores e no relacionamento com os funcionários.

O comprometimento do setor industrial baiano na adoção de conceitos e ferramentas baseados no ESG funciona como fator impulsionador de melhor desempenho operacional, exercício da transparência e do diálogo com as partes interessadas.

Em alinhamento com as diretrizes da Confederação Nacional da Indústria, a FIEB tem como prioridades para a indústria baiana na agenda ESG a capacitação, incentivo e disseminação de práticas de gestão e tecnologias, bem como o alinhamento de cadeia de valor, especialmente as pequenas e médias empresas industriais. Conectar ESG e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas estratégias corporativas e o exercício da transparência na comunicação com as partes interessadas, a partir de relatórios – GRI, Indicadores ETHOS, ODS e ESG – fazem parte desta agenda.

A Federação das Indústria do Estado da Bahia, enquanto indutor de políticas sustentáveis, tem se comprometido na construção desta nova realidade. Em 2022, aderiu ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas e, em 2023, implantou o Hub ODS Bahia, a regional baiana de empresas comprometidas com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.

Além desta iniciativa, a Federação promove o Prêmio FIEB Indústria Sustentável que este ano chega à 14ª edição e reconhece projetos inovadores adotados pelas empresas. É desta forma que a FIEB atua para mobilizar a indústria baiana, de forma que ela esteja alinhada às tendências globais ligadas à sustentabilidade e princípios do ESG.

O USO DE INFORMAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS ESG E O IMPACTO NA IMAGEM DAS EMPRESAS

Por Zeca Martins
Estatístico formado pela ENCE/RJ – Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Especializado em Pesquisa de Mercado e de Opinião com ênfase em Marketing pela UERJ e em Marketing Políticos e Comunicação Eleitoral pela UGF/SP. Associado a ABCOP e ABRAPEL. Professor e Sócio-Fundador da POTENCIAL.

O tema ESG (Ambiental, Social e Governança) tem ganhado uma crescente importância entre as empresas nos últimos anos. Essa tendência reflete a crescente conscientização sobre questões ambientais, sociais e de governança e como elas afetam o desempenho e a imagem das empresas. Muitas são as razões pelas quais as estratégias ESG têm se tornado cada vez mais relevantes. Entre elas podemos destacar a conscientização da sociedade, os  riscos e oportunidades para os negócios, investidores estão considerando cada vez mais fatores ESG em suas análises para tomar decisões de investimento, regulamentação e normas mais rigorosas, retenção e atração de profissionais talentosos, ações positivas para uma reputação mais forte e uma marca mais atraente para os consumidores e consequentemente atender às expectativas dos mesmos que estão ainda mais atentos, a incorporação de práticas para maior eficiência operacional e redução de custos, e ainda com os desafios globais, como as mudanças climáticas e as desigualdades sociais, se tornando mais urgentes, as organizações estão sendo chamadas a desempenhar um papel ativo na busca por soluções.

O desenvolvimento ESG é uma abordagem abrangente que visa não apenas o sucesso financeiro, mas também o impacto positivo nas questões ambientais e sociais. Empresas estão adotando essa abordagem como parte de suas estratégias de negócios no longo prazo, à medida que a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e responsabilidade social continua a crescer. Sabemos que a análise de dados provenientes de pesquisas pode desempenhar um papel significativo no impulsionamento das organizações, oferecendo insights valiosos que podem ser usados para tomada de decisões em diversas áreas. Para o desenvolvimento das estratégias ESG não é diferente. As empresas precisam coletar dados relevantes sobre suas práticas ambientais, sociais e de governança. Isso pode incluir métricas como emissões de carbono, diversidade de funcionários, práticas de governança corporativa, entre outros. Os dados coletados devem ser avaliados e analisados para determinar o desempenho atual da empresa em relação aos critérios ESG. Com base na análise é possível definir metas para melhorar o desempenho em áreas específicas de ESG, que podem envolver a implementação de práticas mais sustentáveis e programas de responsabilidade social corporativa. O desenvolvimento da ESG é um processo contínuo. As empresas precisam monitorar constantemente seu desempenho e fazer ajustes conforme necessário.

A incorporação de práticas ESG pode trazer diversos benefícios para as empresas, inclusive para sua imagem e reputação. Esses benefícios estão relacionados à forma como a empresa é percebida por seus stakeholders, incluindo investidores, clientes, funcionários, reguladores e a sociedade em geral. Empresas que adotam práticas ESG demonstram um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Isso pode construir uma reputação positiva como uma organização que se preocupa com questões importantes além do lucro, o que é especialmente relevante em um mundo onde a conscientização ambiental e social está em ascensão.

É importante destacar que a adoção de práticas ESG deve ser autêntica e integrada à cultura e estratégia da empresa. A comunicação para stakeholders e consumidores deve ser feita com transparência e consistência para garantir que as práticas ESG tenham um impacto verdadeiro na imagem e confiança na empresa. A comunicação eficaz pode destacar as ações positivas, ao mesmo tempo em que evita a percepção de falsa promoção de ações sustentáveis. No entanto, nem tudo o que é feito necessariamente precisa ser divulgado. A decisão de divulgar ações ESG deve ser considerada com base em vários fatores, incluindo a autenticidade e transparência das ações, os objetivos de comunicação da organização e a relevância para os stakeholders. Em resumo, as práticas de ESG podem criar um ciclo positivo em que a melhoria da imagem da empresa leva a um aumento da confiança, o que por sua vez pode resultar em benefícios financeiros e de longo prazo para a organização.

ESG E O SISTEMA COMÉRCIO BAHIA

Kelsor Fernandes
Presidente do Sistema Fecomércio-BA

ESG – Ambiental, Social e Governança, em português, uma das siglas mais repetidas na atualidade se tornou sinônimo de pauta prioritária nas empresas. Muito antes do Fórum

Econômico Mundial de Davos, em 2020, e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em 2015, dois marcos para o comprometimento empresarial com as questões socioambientais, o Sistema Comércio Bahia (Fecomércio, Sesc e Senac) já dava contribuições para a construção de um mundo melhor.

O Sesc – Serviço Social do Comércio, por si só, tem o “pilar social” no seu DNA, com a missão de contribuir para o bem-estar dos trabalhadores do comércio e suas famílias. Já o Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial também possui o ESG na sua essência, através do Programa de Aprendizagem, ao formar jovens profissionais de forma gratuita, assim como toda a oferta do Programa Senac de Gratuidade, voltado para a população de baixa renda.

O centro desse tripé criado há 76 anos, a Fecomércio, representa os maiores geradores de emprego do Estado, que são os empreendedores do comércio. Indo além das atividades inerentes à missão institucional, a lista de ações encabeçadas pelo Sistema, em sinergia com o terceiro setor, é vasta e serve de exemplo para o mercado, garantindo o atendimento ao ESG de forma convergente. Tendo os ODS da ONU como norteadores, podemos exemplificar algumas delas. Dentro dos ODS 1 e 2, “Erradicação da Pobreza” e “Fome Zero e Agricultura Sustentável”, estão o Natal Solidário, campanha de arrecadação de alimentos criada há 10 anos; a coleta de óleo residual dos restaurantes para recicladoras, a adesão ao Lacre do Bem, que consiste na coleta de lacres de alumínio para envio a ONG que os destina para a reciclagem e reverte em doação de cadeiras de rodas. Esta última é uma excelente alternativa para empresas que desejam aderir a uma iniciativa nacional, com engajamento dos colaboradores, sem necessidade de investimentos, pois até mesmo o transporte do item reciclável é realizado de forma solidária.

Contribuímos, ainda, para o combate à fome e o desperdício de alimentos com o Mesa Brasil, um programa referência do Sesc. Trata-se de uma rede de parceiros, em que o Sesc recebe o que sobra entre os doadores para distribuição entre instituições sociais cadastradas. Para se ter uma ideia, só em 2022 foram 953 mil toneladas para 288 instituições.

No trilho dos ODS, temos uma série de contribuições ao item 12, “Consumo e Produção Responsáveis”. Destaco o selo Carbono Neutro, da Green Iniciative e chancela da ONU, obtido pelo Restaurante Escola Senac Casa do Comércio, primeiro e único do Brasil com essa insígnia. Este case foi destaque no Seminário de Ação Climática no Turismo, em Bonito-MS, onde a equipe pode compartilhar os processos, desde o cálculo para compensação de carbono emitido por equipamentos, transporte e até mesmo em viagens corporativas, redução de plástico, substituição do gás GLP por natural, além da busca por insumos de produtores locais. Já os restaurantes do Comerciário (Sesc) estão investindo em tecnologia avançada para descarte de resíduos, como biodigestor orgânico, além da compostagem.

Por meio do Senac fazemos logística reversa, com a TerraCycle, oferecendo brigadas de reciclagem junto com parceiros para materiais de difícil reciclabilidade, como cápsulas de café. Também somos parceiros do Castrampinhas, ONG que reverte as doações em verba para castração de animais de rua. No varejo, a Fecomércio-BA, em parceria com o Made in Bahia, trouxe o App Cupom Verde, solução para acabar com os cupons fiscais de papel térmico. Por meio do aplicativo, o cliente recebe as notas de compras no celular. Com orgulho, o nosso Sistema Comércio também foi agraciado, por dois anos consecutivos, com o Selo de Empresa Amiga da OSID – Obras Sociais Irmã Dulce.

Para integrar e ampliar essas ações, formalizamos, em 2023, a criação do Comitê Gestor do Programa de Sustentabilidade do Sistema Comércio, visando levar essa conscientização ao âmbito da nossa sede, o Edifício Casa do Comércio. Quanto ao G da boa governança, estamos estruturando, enquanto Sistema, uma política que vise atender as melhores práticas de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade social, com a criação de comitês específicos. Diante do avanço da pauta ESG no Brasil, o Sistema Comércio prossegue fazendo a sua parte nesse compromisso que é de toda empresa e de todo indivíduo, em prol das futuras gerações e da sobrevivência do nosso planeta.

O ESG AFETARÁ A PRODUTIVIDADE? NO QUE ISTO AJUDA O CRESCIMENTO ECONÔMICO?

Por Luiz Gavazza
Diretor Presidente da Companhia de Gás da Bahia – BAHIAGÁS e Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado – ABEGÁS

O desenvolvimento econômico, historicamente, está intrinsecamente ligado à utilização de variadas fontes de energia. Evoluímos do uso do carvão à exploração do petróleo, gás natural e, mais recentemente, fontes renováveis de energia. No entanto, esse avanço contínuo gera um paradoxo: à medida que a economia cresce, enfrentamos também o esgotamento de recursos e o agravamento das mudanças climáticas.

Com a busca por maior eficiência e produtividade, as práticas econômicas estão, cada vez mais, sendo submetidas a regulamentações rigorosas, visando harmonizar o crescimento com a preservação ambiental. Neste cenário, torna-se crucial adotar uma abordagem produtiva que integre os objetivos financeiros com sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança corporativa, representados pela sigla ESG (Environmental, Social, Governance). Essa perspectiva aponta para um modelo de desenvolvimento mais equilibrado e sustentável para as futuras gerações.

No contexto empresarial da Bahiagás, considerando o crescente engajamento dos stakeholders nas práticas em ESG, fica evidente que a responsabilidade da Companhia vai além da entrega de energia, exigindo um comprometimento ainda maior. Nesse sentido, a Alta Administração estabelece visão e valores alinhados coma sustentabilidade, como tem feito ao longo dos 29 anos de existência. Estabelecer metas mensuráveis e alinhadas a princípios sustentáveis permite um monitoramento rigoroso do progresso e eficácia das iniciativas empresariais. Este processo envolve funcionários, consumidores, comunidades e acionistas, em um esforço alinhado para atender às suas expectativas e necessidades de forma responsável. Além disso, escolher fornecedores e parceiros que compartilhem os valores ESG da organização potencializa o impacto positivo das atividades.

A gestão eficiente dos recursos contribui para a redução de custos operacionais, e ainda otimiza a utilização de insumos e racionaliza o consumo de recursos naturais. As empresas devem também estar atentas à identificação, avaliação e mitigação dos riscos ambientais, estabelecendo mecanismos para minimizar seus impactos. No que tange os atributos específicos do Gás Natural, enquanto combustível fóssil, é o que menos polui. Exemplo disto está na substituição do diesel em veículos pesados (de carga e de passageiros), reduzindo em 36% a emissão de CO2 e, praticamente, a zero a emissão de particulados, trazendo benefícios ambientais e à saúde das pessoas. Outro destaque é que, como combustível de uma transição energética integrada e sustentável, a Bahiagás atua na associação de energias renováveis e se renova quando investe na distribuição do Biometano e evolui estudos para o Hidrogênio Verde.

Ao incorporar boas práticas em sustentabilidade, responsabilidade social e governança, as empresas não só atraem maior interesse de investidores, mas também se beneficiam de condições mais favoráveis de financiamento. Essa postura proativa tende a reduzir riscos legais, regulatórios e de reputação, minimizando a probabilidade de crises e litígios que possam prejudicar a imagem da organização. Em diversos países e setores, empresas que não se alinham a essas práticas enfrentam crescentes barreiras comerciais e regulatórias, limitando suas possibilidades de expansão no mercado.

Neste cenário, é importante considerar a criação de uma cultura organizacional inclusiva e diversificada. A Bahiagás tem investido em assegurar um ambiente de igualdade e justiça, fomentando a capacitação e o desenvolvimento profissional para reter talentos, sobretudo entre a geração mais jovem que valoriza empresas com propósitos claros e responsabilidade social. Resumidamente, a agenda ESG proporciona diversos benefícios às empresas, tornando-se uma vantagem estratégica, pois melhoram a reputação e o desempenho financeiro, criando oportunidades e atraindo investidores e clientes cada vez mais conscientes.